Sharm el Sheikh -Encontrando Nemo

Chegou a hora da grande atração de Sharm, o colorido e surpreendente mar vermelho! Considerado o segundo melhor lugar para mergulho do mundo, ele não decepciona. Como disse em um post passado, nem eh necessário mergulhar para ver os corais e peixinhos coloridos. No rasinho você já vê muitos. As crianças ficam enlouquecidas (aliás, Sharm El Sheikh é um lugar perfeito para levá-las). Até mesmo no restaurante que almoçamos com um deck sobre o mar, viamos passar cada peixe super exótico, e foi o assunto principal do almoço. Cada hora um avistava um peixinho lindo e apontava.

Mesmo assim, quem não quer fazer um passeio pra mergulhar? Então, fomos nós! O passeio incluia duas paradas para snorkeling, uma para mergulho, almoço no barco, e eles buscavam e levavam no hotel. Foi aproximadamente 40 euros pra cada, mas você tem custos extras. No caso, gastamos mais 10 (para cada) pra alugar o equipamento de snorkeling, e acabamos comprando as fotos subaquáticas que eles tiram pra gente. Conseguimos tirar algumas com o celular, mas a qualidade nem se compara. Compramos também um case a prova d’agua (que sera seu sonho de consumo por lá!), em uma lojinha na frente do hotel. Custou aproximadamente 10 euros.

A primeira parada era a de mergulho. Então enquanto está navegando, você tem um mini curso de como fazer o mergulho. Eles são super atenciosos e explicam tudinho com muita paciência. E aí, não sei porque, eu e o Sedik fomos escolhidos para ser os primeiros. Não vai todo mundo junto, é de dois a dois. E eu toda na empolgação, achando que ia descer os 10 metros e ver tudo!

Comecei a achar esquisito quando comecaram a me colocar o equipamento e era tão pesado. Depois fui tentar respirar um pouquinho pra acostumar, ai já comecei a estranhar. Mas até então, eu estava achando que ia fazer e acontecer.

Os barcos param em formato de meia lua no local, uns 10 ou mais. E desses dez, eu fui a primeira a pular na água. Imagina a pressão, todo mundo assistindo, querendo ver como vai ser. Aff, só pra aumentar o vexame.

O instrutor começou a nos mostrar o fundo, como era lindo. Eu super divertindo. Eis que ele começou a “afundar” a gente. Aí ferrou com tudo. Como eu sentia que não estava na superfície mais, me dava uma sensação de falta de ar. Sensação de falta de ar, causa o que? Vontade involuntária de encher o peito de ar. Ai você puxa o ar, e o que acontece? O peito simplesmente não enche nem a metade. O ar que vem é suficiente pra você sobreviver, mas não esbanjar. Então, mesmo com ar, você se sente completamente sem ar, rs (eu senti, né). A minha reação foi tentar subir pra superfície, mas a minha mão já não dava em cima mais, e por mais que eu fizesse força, eu não subia um cm. Claro que não né, você tem um cinturão cheio de pedra amarrado na cintura. Você depende do instrutor inflar o colete pra você. Olhaaaa, quando me dei conta que dependia de alguém pra “sobreviver”, foi a gota d’água pro meu pânico geral. Entrei em pânico total, e comecei a fazer todos os gestos possíveis na linguagem de mergulho pro cara me levar pra cima. Mas como ele sabe que o pânico nesse momento era normal, e viu que eu estava respirando, não iria morrer, ele tentou insistir uns 10 segundos. O que piorou tudo, porque aí, além de mim, o Sedik também entrou em pânico, porque ele me via desesperada pra subir e o cara não me levava. Quando ele me levou, nossa que alivio, ar! E aí imagina os 10 barcos assistindo essa cena, eu tirando a máscara desesperada pra respirar, gritando que eu não ia descer de novo por nada. Voltei pro barco, e o Sedik foi com um menininho de 12 anos, pestinha!

Fato, que apenas uma mulher do nosso barco conseguiu, uma muçulmana que mergulhou de “burkini” e véu. Danada! Todas as outras desistiram no mesmo momento que eu. Os homens foram, mas tenho certeza que muitos quiseram desistir, e foram só pra fazer o macho. Teve um que voltou e disse “Nunca mais volto em Sharm El Sheikh”. Hahaha.

Claro, que quando você consegue, é fantástico. Quem não quer? Mas assim no susto, 15 minutos pra descer 10 metros e voltar, pra quem não teve nenhum contato com isso antes, é muita pressão psicológica. O Sedik já tinha mergulhado várias vezes. Da próxima vez vou tentar ir para um centro de mergulho e ir acostumando aos poucos. Com tempo pra descer devagar.

Ao mesmo tempo que eu não queria ver um equipamento de mergulho na minha frente, eu queria muitoooo ver o fundo do mar, porque a previazinha que eu tinha tido, tinha sido fantástica. Então, na outra parada, desci pro snorkel na Ilha de Tiran. Uma ilha linda com um barco naufragado em alto mar.

Como eu ainda estava meio tensa, nos cinco primeiros minutos não diverti muito. Mas depois relaxei e ai foi simplesmente fantástico. O único problema é controlar a vontade de comentar tudo que você esta vendo e não ter como. A gente ficava apontando um pro outro as coisas lindas, a gente queria ter certeza que o outro tava vendo e reparando tudo de lindo que a gente estava.

Quando voltamos para o barco pra ir pra próxima parada, o mar estava muito agitado, muito mesmo. O Barco chegava a ficar na vertical quando vinha umas ondas, todo mundo se segurando, tudo voando. Rolou um princípio de desespero. Mas nada grave, só emoção.

E esse dia em especial, estava meio friozinho. Não frio, mas nublado. Ai, molhados e com muito vento, tava todo mundo se enrolando no que dava. Mas na água, ninguém sentia frio, ela é super quentinha. Na ultima parada, todo mundo estava tão exausto e pensando no frio que ia sentir depois, que ninguém desceu. Voltamos dali.

Apesar da minha má experiência no mergulho, tente nem que seja pra dar vexame também, mas vale a pena. Caso você consiga, terá uma experiência fantástica. O passeio foi inesquecível e o melhor de tudo que fizemos em Sharm!

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