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Passeio de balão em Luxor



Como contei, o primeiro grupo Hórus foi também o momento de algumas estreias para mim no Egito. Conhecia a maior parte dos lugares, mas ainda sim tinham passeios que eu ainda não havia feito, entre eles o de balão em Luxor. E na verdade, era o mais aguardado por mim.


Para fazê-lo tem que acordar bem cedinho, às 4 da manhã. Normalmente, te buscam no hotel ou no cruzeiro que estiverem hospedados. Os balões sobem a partir da margem oeste, então a travessia do lado leste que estávamos hospedados para oeste é feito em um barquinho. Durante a travessia, é servido um mini café da manhã e são dadas as instruções sobre o vôo. O nosso barquinho era só chinês e a gente. Dos chineses, nenhum falava inglês e esperavam a tradução do guia deles. E dos brasileiros, só eu e mais duas falávamos, e em seguida eu traduzia para os outros. Então quem acompanhava as instruções em tempo real eram apenas três pessoas. Eis que ele está dando todas as coordenadas compenetrado e seriamente, e diz que às vezes não era possível pousar em terra e que o pouso era feito no rio mesmo. Gente, imagina três pessoas em pânico total. Nós três nos entreolhamos tipo “por onde que a gente sai daqui?”. E eu pensando como ia dar essa notícia para os outros sem causar pânico. Depois de muitos segundos, quando eu já estava começando a traduzir que ele riu e falou que era brincadeira. A gente caiu bonito.


O nascer do sol estava começando, então, não vimos o nascer do alto, mas foi lindo ver os balões no céu e o sol começando a subir. Mesmo que não vá fazer o passeio vale a pena ver a cena.


Quanto ao horário de subida de cada balão não depende somente da empresa contratada, depende da licença de vôo, então é bem difícil garantir se você verá ou não o nascer do sol já nas alturas. Quando chegamos ao lado da cestinha do nosso balão que é na altura do peito, ficamos nos perguntando: - Nossa, como será que a gente vaiiii..... Opa, tô dentro!


Eles não te falam nada, não te perguntam e não te avisam, eles simplesmente vêm do nada te pegam e te jogam lá dentro. Logo depois começamos a subir. No barco, contratamos um serviço de filmagem do passeio, eles não avisam, mas o cinegrafista não vai no balão pois segundo eles não é permitido. Na hora que vimos que ele não ia, ficamos decepcionados, mas ainda sim valeu a pena comprar as imagens. Ele faz várias imagens com o zoom de baixo e achamos legal.


A vista lá de cima chega a ser desnecessária dizer que é incrível. Tudo o que vimos por terra (templos, Vale dos Reis, Vale das Rainhas), tivemos a oportunidade de ver por cima. E uma das coisas que mais chamou a atenção e que quando estamos em terra simplesmente nem notamos, é a diferença entre as áreas de irrigação da margem do Nilo que são verdinhas em contraste com o deserto.



O passeio durou aproximadamente 40 minutos, e o ponto alto foi quando passamos pertinho das estátuas do Colosso de Menon, mais um pouquinho e daria para encostá-las.


Ao contrário do que imaginamos, não é frio por ser madrugada e pela altitude, assamos com aquele foguinho do balão. Além disso, também não chacoalha nem um pouquinho, só percebemos que o balão já estava subindo, só notamos quando olhamos para o chão e vimos que já estávamos acima da cabeça das pessoas.




A descida é a parte com mais emoção, já que o vôo mesmo é super tranquilinho e extasiante. Não há como prever o local exato que o balão vai descer. Então vai um caminhãozinho em baixo do balão cheio de gente para ajudar a pousar. E enquanto o balão está escolhendo onde descer exatamente, eles ficam em baixo, corre para um lado, corre para o outro. E na hora que o balão já está para encostar no chão, eles pulam todos e vem correndo puxar o balão para baixo. Junto com eles, claro, vem não sei quantos vendedores, querendo vender qualquer coisa que seja para os turistas. Nesse caso, foi de partir o coração. A maioria deles eram criancinhas que dava para ver a pobreza e o sofrimento nos olhinhos delas, e na verdade, a mercadoria que elas tentavam vender, era claramente alguma coisa que eles tinham feito à mão. Ao mesmo tempo que dava uma tristeza falar não para elas, era injusto ajudar um e não ajudar os outros, mas eram muitos e não dava para ajudar a todos.


Quando estávamos na van, uma das crianças chamou muita atenção de uma das senhoras do grupo que decidiu dar-lhe um dólar. Ela me deu o dinheiro dobradinho e eu passei para o menininho pela janela. Quando eu vi o menino abrindo a nota, a felicidade dele me chamou a atenção. Ele abriu a nota, arregalou o olho, e ficava balançando a cabeça sem parar e como se estivesse preparando um grito de felicidade. Eu achei a felicidade desproporcional a um dólar, e eis que uma das meninas do grupo grita na van “Gente, são 100 dólares”. Nisso a van começou a andar e a gente desesperado pedindo para parar. Eu tentando explicar para o motorista o que tinha acontecido enquanto o menininho corria para longe chacoalhando a nota dele para cima. O guia da empresa de balão não me deixou descer para ir atrás do menininho e foi ele mesmo correr atrás dele para recuperar a nota. Enquanto isso, separamos uns trocados para dar de volta para ele. Entretanto, quando o guia voltou com a nota, o motorista já acelerou com a van e não conseguimos dar. Deu muita pena a carinha dele nos olhando de longe. O episódio poderia se resumir a dois ditados populares: tirar doce da boca de criança e alegria de pobre dura pouco. Tirando a dó do menininho, o episódio rendeu muitas risadas.

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