Pirâmides de Giza
Pensar no Egito, é pensar nas Pirâmides. Por isso logo no primeiro dia, quisemos ir conhecê-las. Apesar da noite não dormida - o nosso vôo foi durante a madrugada – até esquecemos o cansaço durante um dos dias mais incríveis da minha vida. Como não se deslumbrar frente a única sobrevivente das 7 maravilhas do mundo antigo.
Lembre-se que você esta indo pro deserto, então prepare-se. Sapatos e roupas mais confortáveis que tiver, óculos, protetor, água, e muito espaço e bateria na câmera!
Estar de frente a monumentos icônicos como este, sempre gera uma diversidade de sentimentos. E nesse caso, você não consegue parar de imaginar como aquilo tudo foi construído há cinco mil anos.
Por mais que você veja um milhão de fotos, só estando pertinho das pirâmides para se ter real dimensão do tamanho e perfeccionismo que elas foram construídas. Cada pedra que as compõe é maior do que uma pessoa, e chega a pesar uma tonelada.
As três pirâmides foram construídas por faraós, pai, filho e neto. A primeira pirâmide que você tem acesso ao chegar é a Grande Pirâmide. A maior e primeira do complexo de Giza a ser construída, pelo faraó Queóps, possui aproximadamente 140 metros. Infelizmente, no dia que visitamos, a visitação por dentro delas não estava aberto.
As demais pirâmides que procederam Queops, são menores, entretanto, mais ricas em detalhes e acabamentos. A Pirâmide de Kefren, a intermediária e segunda a ser construída, é a única que ainda possui o revestimento exterior original das pirâmides. Que com o tempo foi caindo. Apesar de hoje aparentar ser marrom, há cinco mil anos era branquinha. E dizem, que brilhavam a luz do sol. Imagina isso!
A terceira e menor, é a Pirâmide de Menkaura. Que também não pecou nos detalhes.
Para construir todas elas, foram necessários 20 anos. O que eu fiquei chocada, ao meu ver foi muito rápido, considerando as condições da época, e que os trabalhadores não eram exclusivos. Eles tinham “profissões” normais, e durante a alta do Nilo, quando não podiam se dedicar a agricultura, iam trabalhar nas pirâmides.
Ao contrário do que muitos pensam, elas não eram templos, e sim tumbas. A relação dos egípcios com o pós morte era muito importante. Eles acreditavam que ressuscitariam em outro planeta, com o mesmo corpo, por isso, eles deveriam ser conservados através da mumificação. A pior coisa que poderia acontecer a um indivíduo da época era morrer e não ser mumificado, o que nem sempre era fácil, pois era caro.
A ligação dos mesmos com a astrologia é muito interessante. As pirâmides não foram construídas nesse local por escolha aleatória. Elas representam exatamente a constelação acima – Orion, pra cada pirâmide há uma estrela exatamente alinhada. E o cômodo que abrigava o corpo e tesouro do faraó, tem uma passagem aberta até o topo da pirâmide que aponta para a estrela, que segundo eles, seria o caminho que o espírito iria percorrer após a morte. Concluindo, as pirâmides eram vistas como “máquinas de ressucitação”.
Depois de visitá-las uma a uma, fomos até o topo, onde se tem uma visão panorâmica de todas elas, e das 3 pequenininhas que também compõe o complexo. De tirar o folego!
As três pequenininhas, quase que esquecidas, foram construídas para esposas e filhas dos faraós, mas para se ter uma ideia, não achei sequer menção a elas nas minhas pesquisas pra escrever aqui no blog, uma vez que lá também ninguém sabia falar grandes coisas. Fiquei meia indignada, que descaso com as mulheres, rs.
O complexo é muito grande, e nem pense em fazê-lo andando. Até é possível, mas você vai morrer, além de ter que acelerar o passo pra ter acesso a tudo, o que nao te permitirá aproveitar o tempo por lá. Fizemos de carro, o que na minha opinião foi ótimo – e que não dispensou o passeio de camelo, claro! Mas para os viajantes independentes é possível alugar camelos ou até mesmo cavalos para facilitar. O que não vai faltar é gente te oferecendo mil formas de circular pelas pirâmides, o que chega a ser muito inconveniente pela forma de abordagem. Como estávamos sempre com locais, eles “filtravam” a encheção de saco, então, fomos muito menos incomodados do que se estivéssemos sozinhos.
Mas caso você queira fazer um passeio de camelo, o que é claro fizemos a maior questão, você deve negociar e muito os preços. O que nem sempre é fácil para um turista. No nosso caso, meu marido que é egípcio fez pra gente. Mas juro que a negociação assustou um pouco a gente, parecia uma briga com gritos, cada “vendedor” de camelo puxando meu marido pra um lado, haha. Mas no final conseguimos um preço em torno de 7 euros, você consegue! E valeu muiiito a pena.
Alias, nossos amigos egípcios ficaram chocados com a nossa fascinação com os camelos, ficaram indignados de porque a gente tirava tantas fotos com eles e ficávamos mais empolgados quando um camelo passava do que quando víamos as pirâmides, hehe. Será que é porque a gente nunca tinha visto um antes?
O passeio foi curtinho mas super divertido. Andar de camelo é completamente diferente de andar a cavalo por exemplo. Ele é muito mais alto, e portanto impossível de subir com ele em pé. Você sobe com ele deitado, e quando ele fica em pé, impossível não dar uns gritinhos, heheh.
Incrível a sensação de andar em um camelo pelo deserto com vista das pirâmides: sonho realizado!
Depois descemos o caminho novamente, pois ainda faltava a Esfinge! Juro que a essa altura estávamos tao extasiados com tudo que vivemos, e tão cansados também, que já nem lembrávamos que ela existia, haha.
Mas quando chegamos lá, nos enchemos de energia de novo. Imagine que a esfinge (corpo de leão e cabeça humana) foi feita de uma só pedra!
Junto a esfinge, também encontra-se um templo. Toda pirâmide, tem seu templo. Eles serviam como câmara de preparação do corpo e do tesouro antes de serem colocados dentro da pirâmide. Entretanto, os demais templos não foram encontrados. Somente este que pertence a Pirâmide de Menkaura.
Encerramos o nosso passeio sem palavras para descrever tudo que vimos e vivemos. Tenha certeza de que meu relato esta muito aquem da real experiencia.