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Começando pelo princípio


Sei que muita gente tem curiosidade de saber como vim parar aqui, o que eu faço e etc, por isso decidi, começar o blog explicando um pouco mais de como foi (ou na verdade, está sendo) esse processo.


Acho que na verdade começou quando nasci, rs. É brincadeira, claro, mas acho que a criação que tive me influenciou muito. Desde pequena meus pais sempre mudaram e viajaram muito. Desde pequena tive que me acostumar a adaptar a novas situações, chegando ao extremo de em um ano, eu ter estudado em 3 escolas diferentes, em 3 diferentes cidades. Minha família morou por um tempo em Portugal, e depois morei um tempo nos EUA. E acabou, que eu gostei disso, faz parte de mim e da minha vida. Se hoje, eu passo mais de dois anos fazendo uma mesma coisa, me sinto completamente entediada, e pra mim isso é o fim.


Então, específicamente, minha vinda pra Grécia começou com um comercial de Tv. Eu já estava morando há um bom tempo na mesma cidade, tinha uma vida razoável, que na verdade, muita gente ia gostar de ter. Um emprego estável, amigos, família e rotina. Apesar da rotina me incomodar muito, eu estava levando. Até que um dia, fazendo um lanche, eu olhei para a tv do local, e eestava passando uma propaganda sei lá de que, acho que de uma Universidade a distância (não interessa). O que interessa é que quando li a pergunta “O que você gostaria de estar fazendo daqui a 2 anos?”, e instintivamente, pensei no que gostaria. Então, levei um super tapa na cara com a próxima pergunta: “Suas ações estão te levando pra lá? Comece hoje!”. Essa frase me gerou uma reação instantânea, foi uma super sacudida. (Obs. O publicitário arrasou!, hehe)


Menos de quarenta dias depois eu estava desembarcando na Grécia.


Mas, como assim? Claro que não é tão simples, mas quem quer sempre faz acontecer. Fui pra internet pesquisar qualquer possibilidade de trabalhar ou estudar no exterior, queria um lugar novo, experiências novas. Depois de muiiita pesquisa, lembrei que uma amiga tinha me falado de uma organização chamada Aiesec que fazia intercâmbios profissionais. Entrei no site e me interessei, era uma opção mais viável do que o restante que encontrei. No mesmo dia fiz uma entrevista (por skype) para ingressar na organização. Na outra semana, eu já estava assinando o contrato do intercâmbio. E aí começaria a procurar vagas, o que leva em torno de 3 a 6 meses. Mas não foi o que aconteceu comigo. No domingo, eu já me inscrevi para algumas vagas que achei bacana, em diversos países. Surpreendentemente, na segunda essa empresa Grega entrou em contato comigo, e pediu uma entrevista e teste na terça. Na quarta eu estava contratada. Mas aí veio o problema, a RH da empresa queria que eu estivesse na Grécia em 10 dias e eu simplesmente não podia, não tinha sequer dado aviso prévio na empresa que trabalhava no Brasil, tinha que fazer mudança, entregar meu apartamento… Enfim, depois de três dias, sofrendo, com medo de perder a vaga, consegui negociar com ela e com a empresa que eu trabalhava, então eu poderia vir em um prazo de uns 20 dias. E assim foi.


Nessa empresa eu trabalhava como redatora português – inglês. Foi super bacana a experiência, mas o contrato era temporário, e em quatro meses tive que voltar pro Brasil por questões de visto.

Continuei procurando uma outra forma de voltar, até por que meu namorado tinha ficado aqui. Depois de quatro meses, vim novamente como turista, encontrá-lo e procurar algo, mas nada. Meu visto expirou novamente e voltei pro Brasil. Continuei tentando, mandando diversos currículos, mas nada. Até que desisti e comecei a trabalhar no Brasil. Quer dizer, já estava trabalhando o tempo todo que fiquei lá, mas sempre sem vínculos empregatícios para poder vir a qualquer momento. Com dois dias que eu estava trabalhando, um emprego da Grécia, que eu havia mandando currículo meses atrás – inclusive, através da Aiesec novamente-, me responde e pede uma entrevista no Skype. Resolvi fazer por curiosidade. Fiz a entrevista, e no final, ele falou que eu estava contratada, e perguntou quando eu poderia vir, o mais cedo possível, claro. De novo? E aí foi toda aquela correria de novo, negociar com meu empregador aqui, negociar com meu trabalho lá pra poder sair o quanto antes, correr com a papelada do visto, Menos de dois meses depois, estava aqui novamente. Hoje trabalho como assessora de Marketing de uma multinacional. Novamente o contrato é temporário, mas um pouco mais longo.


Se vou ficar aqui pra sempre? Não sei, não faco ideia. Sei que tento aproveitar o máximo o tempo que tenho. Se valeu a pena? Muito!


Sei que quem vê de longe, só enxerga o lado bom. E pode pensar que eu fiquei indo e vindo por que estou rica, hahahah. Nada disso. Mas se eu não estou rica, por que quero tanto estar aqui? Cada pessoa é motivada por um coisa. As experiências que vivo aqui, o lifestyle, a oportunidade de conhecer outros lugares, e claro que em grande parte, meu namorado, me motivam muito mais que dinheiro. Podem acreditar, se eu estivesse no Brasil, estaria ganhando muito mais.


Tudo, mas tudo mesmo, exige esforço. Os meses que passei aqui foram maravilhosos, mas me exigiram meses de trabalho intenso no Brasil, muita economia e persistência.


E respondendo a pergunta do comercial, quase 2 anos depois, sim, eu sabia onde queria estar, exatamente aqui aonde estou!

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