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Voando KLM para o Cairo

Não existem voos diretos do Brasil para o Egito, então a cada ida é uma busca pela passagem perfeita. Que associe bom preço, boas conexões e qualidade. Já utilizei os serviços da Air France, KLM, Etihad, Egyptair, Aegean e Alitalia para esse destino. O Seddik já utilizou também Emirates e Royal Air Maroc. A única que tive problemas foi a KLM.


É fato que os funcionários das cias aéreas no aeroporto do Cairo são bem mal-educados e fogem à regra geral de gentileza dos atendentes. Já fui bem maltratada por um atendente da Alitalia também, que pelo mau humor era bem claro que ele não queria estar ali. Ele simplesmente não queria fazer o check in com a passagem que eu tinha impressa (que constava meu nome e localizador). Falava que aquele papel não valia. Foi só eu pedir para chamar o gerente que a boa vontade dele melhorou rapidinho, mas de qualquer forma, não foi nada sério.


Já com a KLM a situação foi bem diferente. Como já contei, no aeroporto do Cairo não podem entrar acompanhantes, apenas quem tem passagem aérea, então me despedi do meu esposo no estacionamento e ele foi embora. Como estava voltando de alguns meses no Cairo, estava com duas malas que se aproximavam de 32 kg (todas as duas), mais a de mão. Todas dentro da minha franquia de bagagem, mas no limite. O que acontece, é que o único país que tem essa regalia de poder levar 2 malas de 32 kg é o Brasil. Apenas vôos com um dos trechos iniciado no país oferece essa possibilidade. A maioria dos voos permite apenas uma mala de 23 kg mais a de mão. Por exemplo, se você comprar um voo só de volta para o Brasil de qualquer país da Europa, pelo fato de iniciar na Europa, sua franquia de bagagem será de uma mala de 23. Mas se comprar de ida e volta, serão duas de 32 kg. O porquê eu não sei, só sei que é assim.


E sempre que vou comprar passagem, confiro minha franquia para não ter surpresas, e eu tinha certeza que eram duas de 32kg. Então fui tranquila para o check in. Quando chegou na minha vez, o rapaz da KLM falou que eu só poderia embarcar com uma mala de 23kg. Que eu teria que pagar excesso de peso de uma, e mais uma extra se quisesse embarcar com as duas. Isso já tinha acontecido comigo antes na Grécia, do funcionário se confundir, depois checar a informação e ver que eu tinha razão. Aí expliquei para ele que não, que eu tinha certeza que eu tinha duas de 32, que ele podia inclusive ver pela etiqueta da ida que continuava na bagagem, que eu fui com uma mala de 31 kg. Ele começou a me tratar com uma grosseria que eu nunca tinha visto. Começou a dizer que não era para tentar dar de espertinha com ele, que essa franquia de bagagem só existia na primeira classe e se eu não tinha reparado, minha passagem não era nela. Que era para eu resolver logo se eu ia pagar ou largar a mala lá e desocupar logo o check in. Expliquei para ele que vôos do Brasil tem essa franquia pois é uma regra brasileira... e quando eu estava falando isso, ele começou a rir debochando e gritou para todo mundo atrás escutar que era para eu desconfiar que eu estava no Egito e se eu quisesse alguma regra brasileira era para reclamar no Brasil. E umas 20 pessoas começaram a rir. Um rapaz egípcio que estava atrás de mim na fila, simplesmente me empurrou do check in e falou que era para eu resolver logo a situação por que eles não iam me deixar embarcar com mais mala do que podia. Oi? Eu pedi ajuda de alguém? E o problema é que a fila inteira começou a olhar para mim, rir e comentar entre eles, como se eu fosse totalmente louca.

Eu cheguei para o lado do balcão, afinal minhas malas estavam todas no chão e já tinham levado meu carrinho, e comecei a tentar conectar na internet para abrir minha reserva e provar minha franquia de bagagem. Fiquei uns 20 minutos e não abriu nada. Comecei a ficar muito nervosa, pois já estava chegando a hora do check in fechar, e eu não tinha nada resolvido, não tinha dinheiro suficiente comigo para pagar o excesso e segundo ele não aceitava cartão e não tinha com quem deixar a mala extra, pois meu marido não podia entrar no aeroporto para pegar e eu não podia mais sair e levar para ele.


Todo mundo que vinha do lado fazer o check in fazia uma brincadeirinha e ria com o atendente debochando de mim. Eu não entendia ao certo o que era, pois era em árabe. Aquilo foi me causando tanto constrangimento e nervoso que desabei a chorar. Deixei minhas malas aonde estavam no chão e sai para procurar um gerente da KLM. Consegui chamar um dentro do escritório, pois o atendente também se negou a chamá-lo para mim, e mal conseguia explicar o que estava acontecendo de tanto que eu chorava. Ele me pediu um tempo para checar a informação no sistema, entrou no escritório e demorou, demorou... nisso, faltava apenas uns 5 minutos para fechar o check in. A situação toda levou mais de uma hora e meia. Até que ele voltou, me pediu desculpas e disse que realmente eu estava certa e poderia embarcar com todas as malas e me levou para fazer check in na fila da primeira classe, o que não fez diferença nenhuma, pois já não tinha mais ninguém fazendo check in. Me acalmei e despachei as malas. Fizeram o meu e fecharam os guichês. Vi ele chamando o funcionário lá dentro e não sei se chamou a atenção. Eu achei que a situação tinha acabado.


Quando cheguei no portão de embarque, começou o constrangimento todo de novo. Todos os egípcios olhavam para mim, riam e faziam comentários. Não paravam de olhar e não despistavam. Não tinha mais ninguém lá para ver que no fim das contas eu estava certa. Os comentários e olhares eram tantos, que quando entrei no avião, tive outra crise de choro. Se o atendente além de ser desinformado, grosso e incompetente não tivesse transformado a situação em um circo envolvendo os outros passageiros, não teria sido tão constrangedor como foi.


Fiz uma parada de 3 dias em Paris, e quando fui embarcar para o Brasil, eu nunca pensei que isso aconteceria comigo, mas enquanto eu andava em direção ao check in eu até tremia de medo do que poderia acontecer de novo. Mas, quando eu ia entrar na fila, a funcionária que a organizava, já me perguntou: Você vai para o Brasil, né? Eu disse que sim e perguntei como ela sabia, ela respondeu: só vocês podem levar essa franquia de bagagem toda. Ufa, quanta diferença!

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