Verona: um conto de amor
- Michelle Bastos
- 6 de mar. de 2015
- 4 min de leitura

Para entrar no clima da viagem do fim de semana, resolvi reviver e compartilhar as emoções da minha última viagem para Itália.
Como já contei nesse post, Roma e Milão não estão entre as minhas super dicas de Itália. O que realmente gostei e indico é o interior. Então vou começar por Verona!!! Uma agradabilíssima surpresa no caminho.
Inicialmente ela não estava nos meus planos. Mas quando fui comprar passagem de trem de Milão pra Veneza, vi que ela estava logo ali, no caminho. A única referência que eu tinha até então da cidade, era o filme Cartas para Julieta. E que referência! As paisagens do filme são simplesmente encantadoras. Estava decidido, eu precisava fazer uma paradinha por lá, nem que fosse só pra fazer uma visitinha pra Julieta. Infelizmente, foi só uma paradinha. Ficaria uns dois dias facilmente por lá (e inclusive trocava por Roma, haha).

A cidade vem habitando imaginários, desde que Shakespeare a imortalizou no romance Romeu e Julieta. Embora a historia seja meramente fictícia, a presença constante de elementos e “locais históricos” referentes a ela, fazem parece-la muito mais real e tangível do que muitos episódios históricos concretos. Apesar de toda história e magnífica arquitetura da cidade, o que atrai multidões de turistas ( e eu tambem!), é o lendário e desafortunado conto de amor .
Cheguei a estação de trem, e rapidinho peguei um ônibus até o centro da cidade. Em 10 minutinhos, cheguei a Piazza Bra. Como a unica coisa que eu tinha em mente em relação a cidade, era a casa da Julieta, não tinha expectativas em relação a ela, e a praça foi simplesmente uma incrível surpresa. Tudo que eu esperava ver em Roma e não vi, estava ali. Até a Arena, que eh super parecida com o Coliseu, me pareceu muito mais simpática e de mais agradáveis ares do que o “primo” famoso. Já comecei a perceber que ia arrepender de não ter dedicado mais tempo a cidade. Dito e feito. A partir dali, as ruazinhas, as construções, as praças, pontes, tudo, tiraram de mim cada suspiro que eu havia guardado pra Roma e não dei. A cidade é linda! É uma blasfêmia turística taxá-la apenas pelos versos shakespearianos.

Da piazza Bra, peguei a Via Manzini. Toda cidade tem sua rua de compras, essa é a de Verona. Cheia de charme, ela encanta mais pela arquitetura e atmosfera do que pelas vitrines (pelo menos pra mim, que quando viajo esqueço qualquer tendência consumista e tudo que quero é aproveitar cada lugar e momento).

Voce chegará a Piazza Delle Erbe. Também super lindinha, com uma gama de opções de restaurantes e algumas barraquinhas de souvenir (ops, desminto o que disse, sou consumista sim quando me desbaratino a comprar souvenir e produtos típicos, que a coitada da minha mãe não tem mais uma superfície na casa pra colocar). Então, claro, comprei por ali algumas coisinhas.
Mas cadê a casa da Julieta? Já tinha até esquecido dela por alguns momentos. Vi no mapa que era do lado. Passei até o fim da rua, não vi. Voltei a rua toda, não vi. É que a entradinha é tão pequenininha que passa despercebido por qualquer um. Não no horário de pico, que você verá gente se acotovelando pra entrar. Mas dei uma super sorte de chegar bem cedinho, antes dos grupos CVC e afins. Então, a casa da Julieta estava praticamente toda pra mim.


Foi incrível, estar de frente com a sacada da inesquecível cena “ da cotovia que canta e não o rouxinol”. É quase possível escutar os sussurros apaixonados e os esbravejos da família Capuleto. Não fosse o fato de lembrar que ali nunca esteve nenhuma Julieta, já que ela nunca existiu, Hehehe. Mas imaginação conta! E todo mundo prefere se enganar e jurar pra si mesmo que este foi o cenário de uma das mais belas historias de amor contadas. Eu amei, amei, amei. E teria valido a cidade se fosse só isso também.

Não escrevi cartinha pra Julieta, que agora tem até caixa de correio, rs. Mas coloquei meu cadeadinho lá, a preço de ouro (6 euros). O que importa é que funcionou, né? Casei, rs. Mandou bem, Julieta!

Como o cadeadinho anda inflacionado pelos arredores, leve o seu, ou adira a opção low cost do local, cole um chiclete na parede e escreva o nome. Ecaaa, que nojo.
Quando eu estava saindo de lá, vi um enxame de marimbondo, ops, de turistas vindo pela porta estreita. Destruiu a atmosfera do lugar. Então, vá cedinho.
De lá, fui para a Ponte Pietra.

O caminho é lindo, e através dele você vai se surpreendendo. Inclusive, encontrei sem querer, a casa do Romeu. Completamente fora dos holofotes turísticos, mas está lá, pra quem quiser dar continuidade a imaginação.



Depois, subi em um local que é possível ver a cidade toda de cima. Foi super cansativo e pra quem estava fazendo tudo na pressa, só me cansou mesmo, não valeu a pena lá essas coisas. De la, tive que voltar no galope pra não perder o trem pra Veneza. E quase perdi.

Adoraria ter tido tempo pra explorar ainda mais as ruazinhas, visitar o lago de Guarda ou simplesmente sentar em um dos restaurantes da Piazza Bra e sentir o lugar.
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