Como o brasileiro é tratado no exterior
O povo brasileiro carrega com ele alguns estigmas: futebol, carnaval, Amazônia… e por aí vai. Mas esse post é para expulsar de vez nosso complexo de inferioridade ou sentimento de sub valorização. Se é isso o que eles pensam ou não do Brasil, não me importa. Seja lá o que for, é uma coisa muito boa, porque eu não poderia ser melhor tratada, mais querida e melhor recebida do que sou, se fosse portadora de nenhum outro passaporte. No máximo igual!
Em todas as minhas experiências, ser brasileira foi muito positivo, e agora adoro quando me perguntam de onde sou. Estufo o peito, me envaideço toda e digo: Brasil. Adooooro falar isso! A galera aqui vai meio que a loucura quando digo. Uma vez estávamos no ônibus lotado aqui em Atenas indo para a praia. Aí um grego, viu que falávamos inglês e perguntou de onde éramos. Uma amiga respondeu: França, ele concluiu “ahh”. A outra disse Tunísia, ele disse “que legal”. Eu disse Brasil, um coro de umas 10 pessoas que eu nem sabia que estavam escutando “Wooooooow”, parecia que alguém tinha marcado um gol. É sempre assim!
Nos EUA e no Egito, eu até me sentia meio bicho de zoológico. Como nos EUA, eu estava em uma cidade super pequena, todos os lugares que eu chegava, em 10 minutos eu era a atração principal. E no Egito além de ficar todo mundo me olhando e reparando em volta, ainda perguntavam para o meu marido “o que ela come? ”. Agora sei como os macaquinhos do zoológico se sentem, rs. E eles tentavam fazer de tudo, de tudo mesmo para agradar e ajudar.
A única vez que não foi muito legal ser brasileiro foi em Frankfurt, na copa de 2006, depois do jogo Brasil x Franca.
Registros do fatídico dia!
Reparem no desconsolo do meu irmão, com a camisa do avesso na vã tentativa de passar despercebido.
Ah, e também não gosto muito quando os amigos do Sedik perguntam como está “o Pelé”? É assim que eles me chamam. Não dava para ser Giselle Bundchen?
E as vezes eu chego a ficar até cansada de responder tantas perguntas e sempre as mesmas. Mas eles querem conversar infinitamente sobre o Brasil. E após a Copa do Mundo, contraditoriamente, eles sabem bem mais sobre o Brasil do que futebol. A nossa cultura foi muito divulgada, muito mesmo.
Uma coisa que eles sempre me perguntam e eu acho engraçado é se nós não temos raiva dos europeus pelo que eles fizeram quando chegaram no Brasil. E eu tento explicar que não, que apesar dos índios terem sofrido muito, hoje, temos uma consciência de valorizá-los e tentar recompensar o estrago. Melhor do que ficar brigando eternamente pelo que está feito. Assim também é com os descendentes africanos. E eles ficam completamente chocados, tentando entender como as diversas “tribos” não se odeiam no Brasil e como vivemos pacificamente. Aliás, mesmo com todos os atrasos (e não digo que é perfeito), essa é uma coisa que o Brasil ganha e muito de qualquer pais de primeiro mundo: tolerância e pacificidade. E acho que esse é o segredo de sermos bem tratados everywhere.
Árabe que “não gosta” de judeu, que “não gosta” de alemão, que “não gosta” de africano, que “odeia” europeu, que por sua vez tem rixa com “muçulmano”, que é “contra” os EUA (sem querer ser preconceituosa e generalista, please!). E brasileiro, tem problema com quem? Com ninguém que não tenha o Maradona como ídolo. (Brincadeira claro, Hermanos!) Então, está tudo certo!
Outra coisa que a gente tem que considerar é o nosso comportamento na casa dos outros. Somos visita. Não dá para chegar fazendo bagunça ou desrespeitando a regra da casa. Aí você vai ser maltratado, mas não porque é brasileiro, só porque é mal educado mesmo!
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